Transplante de córnea

O transplante de córnea é um procedimento oftalmológico realizado para substituir total ou parcialmente a córnea doente ou opaca por uma córnea saudável de um doador. A cirurgia tem como objetivo restaurar a transparência corneana e recuperar a acuidade visual, sendo uma das mais realizadas no Brasil — com excelentes taxas de sucesso.

Quando outras opções de tratamento não são mais eficazes, o transplante representa uma nova chance de enxergar com qualidade.

O que é a córnea e por que transplantá-la?

A córnea é a camada transparente na parte frontal do olho, responsável por permitir a entrada da luz e focá-la corretamente na retina. Qualquer opacidade, deformidade ou perda de função da córnea compromete diretamente a visão.

O transplante é indicado quando a córnea:

  • Perde sua transparência (ficando opaca)

  • Apresenta irregularidades que causam distorções visuais

  • Se torna fina ou frágil a ponto de não cumprir sua função estrutural

  • Sofre lesões graves, infecções ou falhas após outras cirurgias oculares

Para quem o transplante é indicado?

Pacientes com:

  • Ceratocone avançado, quando outras terapias (como anel intraestromal e crosslinking) já não são mais eficazes

  • Opacidades corneanas pós-trauma, queimaduras químicas ou infecções (como herpes ocular)

  • Distrofias hereditárias, como a distrofia de Fuchs

  • Falência de transplantes anteriores ou complicações pós-cirúrgicas (ex: após cirurgia de catarata)

  • Edema corneano crônico causado por disfunção endotelial

O tipo de transplante a ser realizado depende do caso clínico e da camada afetada.

Quais são os tipos de transplante de córnea?

  1. Transplante penetrante (PKP)

    • Substituição total da córnea (todas as camadas).

    • Indicado quando há comprometimento global da córnea.

  2. Transplante lamelar anterior (DALK)

    • Preserva as camadas mais internas da córnea, substituindo apenas as externas.

    • Ideal para ceratocone avançado sem disfunção endotelial.

  3. Transplante endotelial (DSAEK / DMEK)

    • Troca apenas a camada mais interna da córnea (endotélio), geralmente em casos de distrofia de Fuchs ou edema pós-cirúrgico.

    • Tem recuperação visual mais rápida e menor risco de rejeição.

Como é feito o procedimento?

O transplante de córnea é realizado em centro cirúrgico com anestesia local ou geral, dependendo do tipo de técnica e da condição do paciente. A córnea doente é removida e substituída por uma córnea doada, preservada em banco de olhos e rigorosamente avaliada.

O novo tecido é suturado com fios ultrafinos, ou, em técnicas mais modernas, aderido com ar ou solução. A cirurgia dura em média 1 a 2 horas.

Como é o pós-operatório?

A recuperação visual é gradual, podendo levar semanas ou até meses, a depender do tipo de transplante. Os cuidados incluem:

  • Uso de colírios antibióticos e imunossupressores (como corticoides)

  • Evitar traumas oculares e coçar os olhos

  • Acompanhamento frequente para monitorar sinais de rejeição ou infecção

  • Em transplantes com sutura, os pontos podem ser removidos após alguns meses

A visão costuma melhorar progressivamente. Em alguns casos, o uso de óculos ou lentes especiais ainda é necessário após o transplante, especialmente em transplantes penetrantes.

Rejeição do transplante: é comum?

A rejeição é uma das principais preocupações, mas com acompanhamento adequado e uso correto dos colírios, o risco é baixo e controlável. Os sinais de alerta incluem:

  • Vermelhidão

  • Dor ocular

  • Sensibilidade à luz

  • Embaçamento visual súbito

Nesses casos, o oftalmologista deve ser procurado imediatamente, pois o tratamento precoce pode reverter o quadro.

Considerações finais

O transplante de córnea é uma cirurgia segura, com alto índice de sucesso e que pode transformar completamente a vida de quem sofre com doenças corneanas avançadas. A tecnologia atual permite procedimentos personalizados, com menor risco e recuperação mais rápida — desde que o paciente siga as orientações corretamente.

No consultório do Dr. Josias Neto, especialista em retina clínica e saúde ocular, o paciente é acompanhado em todas as fases: desde o diagnóstico, indicação cirúrgica, escolha do tipo de transplante até o acompanhamento cuidadoso no pós-operatório.

Se você ou alguém próximo sofre com problemas na córnea que afetam a visão, agende uma avaliação. Um novo olhar pode começar com um novo tecido — e com o cuidado certo.