Trabeculectomia

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Ele atua de forma silenciosa, danificando o nervo óptico devido ao aumento da pressão intraocular (PIO). Em muitos casos, o uso de colírios é suficiente para controlar a pressão. Mas quando o tratamento clínico não é mais eficaz, a trabeculectomia se torna a principal alternativa cirúrgica para preservar a visão.

O que é a trabeculectomia?

A trabeculectomia é uma cirurgia oftalmológica que tem como objetivo reduzir a pressão intraocular por meio da criação de uma nova via de escoamento para o humor aquoso — o líquido que circula dentro do olho. Essa nova “válvula” permite que o líquido seja drenado de forma controlada para fora do globo ocular, diminuindo a pressão que danifica o nervo óptico.

É considerada o padrão-ouro em cirurgias para glaucoma de ângulo aberto, especialmente quando outros tratamentos não surtiram o efeito desejado.

Para quem essa cirurgia é indicada?

A trabeculectomia é indicada nos seguintes casos:

  • Glaucoma de difícil controle clínico, mesmo com uso de múltiplos colírios

  • Progressão do dano ao nervo óptico mesmo com PIO aparentemente normal

  • Pacientes que não toleram os colírios (por alergias ou efeitos colaterais intensos)

  • Glaucomas avançados ou agressivos que exigem redução significativa da pressão intraocular

A indicação é sempre baseada em exames como campimetria visual, OCT do nervo óptico, tonometria e avaliação do ângulo pela gonioscopia.

Como é feita a trabeculectomia?

O procedimento é feito em centro cirúrgico com anestesia local (geralmente peribulbar, com sedação leve) e dura cerca de 45 a 60 minutos.

Etapas principais da cirurgia:

  1. O cirurgião cria um pequeno retalho na esclera (parte branca do olho)

  2. Abaixo desse retalho, é feita uma abertura para que o humor aquoso possa sair do olho

  3. O fluido se acumula sob a conjuntiva, formando uma bolha filtrante, invisível ao paciente, mas essencial para o controle da pressão

  4. O retalho escleral é suturado de forma que o escoamento seja controlado, evitando hipotonia ocular (pressão muito baixa)

O que esperar após a cirurgia?

O pós-operatório requer atenção e acompanhamento de perto, principalmente nas primeiras semanas. O oftalmologista pode ajustar os pontos cirúrgicos ou prescrever medicamentos para evitar complicações.

Cuidados no pós-operatório incluem:

  • Uso intensivo de colírios anti-inflamatórios e antibióticos

  • Evitar esforço físico, coçar os olhos ou dormir de barriga para baixo

  • Comparecer a consultas regulares para avaliar a bolha filtrante e a pressão

  • Monitorar sinais de inflamação, sangramento ou alteração da visão

A melhora visual nem sempre é imediata, pois o foco da cirurgia é preservar o que ainda resta de campo visual, e não recuperá-lo.

Resultados esperados

O objetivo da trabeculectomia é reduzir a pressão ocular de forma duradoura e assim impedir a progressão do glaucoma. Quando bem-sucedida, a cirurgia permite até suspender ou reduzir significativamente o uso de colírios, e em muitos casos, estabiliza totalmente o quadro.

A taxa de sucesso é alta, especialmente em mãos experientes, embora exista o risco de falência da bolha filtrante ao longo dos anos — o que pode exigir retratamento.

Considerações finais

A trabeculectomia é uma cirurgia de preservação: ela não devolve a visão perdida, mas é fundamental para manter o que ainda está íntegro, especialmente em casos de glaucoma avançado ou resistente ao tratamento convencional.

No consultório do Dr. Josias Neto, especialista em retina clínica e glaucoma, cada paciente é acompanhado de forma próxima e personalizada, com exames detalhados e indicação cirúrgica apenas quando realmente necessária. A cirurgia é feita com técnica refinada e equipamentos modernos, garantindo mais segurança e tranquilidade durante todo o processo.

Se você tem glaucoma e seus colírios já não estão funcionando como deveriam, agende uma consulta. A trabeculectomia pode ser o próximo passo para proteger sua visão.