Ciclocrioterapia

A ciclocrioterapia é um procedimento oftalmológico indicado para o tratamento de glaucomas avançados, agressivos ou refratários ao tratamento clínico e cirúrgico convencional. Utilizando uma sonda de crioterapia (frio extremo), o procedimento atua diretamente sobre os processos ciliares, estruturas responsáveis pela produção do humor aquoso — o fluido que mantém a pressão interna do olho.

Ao reduzir ou eliminar parte desses processos, a produção de líquido diminui, e, com isso, a pressão intraocular (PIO) também é reduzida, ajudando a estabilizar a doença e preservar o que ainda resta da visão funcional.

O que é a ciclocrioterapia?

A ciclocrioterapia (também chamada de cicloablação com crioterapia) é um procedimento que aplica frio intenso (–80°C a –90°C) na região da esclera onde estão localizados os processos ciliares, com o objetivo de “desativar” seletivamente essas estruturas. Ao reduzir a produção do humor aquoso, o procedimento consegue controlar a pressão ocular, que é o principal fator de risco na progressão do glaucoma.

Esse método é considerado um recurso terapêutico avançado, normalmente reservado para casos em que outros tratamentos não surtiram efeito ou quando o paciente apresenta risco elevado para técnicas mais invasivas.

Para quem a ciclocrioterapia é indicada?

  • Pacientes com glaucoma terminal ou refratário, mesmo após múltiplas cirurgias

  • Casos em que a pressão intraocular permanece elevada apesar do uso intensivo de colírios

  • Pacientes com baixa acuidade visual ou dor ocular por hipertensão intraocular

  • Glaucomas secundários graves (como neovascular, uveítico ou traumático)

  • Olhos com prognóstico visual reservado, mas que ainda se busca manter o conforto e a função residual

Embora eficaz, a técnica é reservada para situações específicas, pois tem potencial para afetar estruturas delicadas do olho se não for bem indicada.

Como é feito o procedimento?

A ciclocrioterapia é realizada em centro cirúrgico com anestesia local (em alguns casos, associada à sedação).

Passo a passo:

  1. Uma sonda de crioterapia é aplicada sobre a esclera (parte branca do olho), na região correspondente aos processos ciliares

  2. Cada aplicação dura poucos segundos, e a área tratada é feita em pontos distribuídos ao redor do globo ocular (normalmente 180º a 360º da circunferência)

  3. O frio intenso provoca uma necrose controlada dos tecidos-alvo, reduzindo sua função

  4. O paciente recebe alta no mesmo dia com orientações de uso de colírios e repouso

A resposta da pressão ocular costuma ser gradual, e os efeitos completos são observados em semanas.

O que esperar após a ciclocrioterapia?

  • A pressão ocular tende a reduzir progressivamente ao longo das semanas

  • Em alguns casos, pode haver necessidade de repetir o procedimento

  • Os colírios podem ser reduzidos ou suspensos conforme a resposta individual

  • É comum leve desconforto, inflamação ocular e vermelhidão nos primeiros dias

  • O oftalmologista acompanhará a evolução da pressão e o aspecto do segmento anterior

Considerações finais

A ciclocrioterapia é um procedimento eficaz e relativamente simples para controle da pressão intraocular em casos graves e resistentes ao tratamento tradicional. Embora não seja a primeira linha de abordagem, ela representa uma alternativa valiosa para preservar o conforto ocular, controlar a dor e estabilizar a evolução do glaucoma.

No consultório do Dr. Josias Neto, oftalmologista com experiência em retina clínica e glaucomas complexos, a ciclocrioterapia é indicada com rigor técnico, após avaliação criteriosa e esgotadas outras possibilidades. O foco é sempre oferecer ao paciente o tratamento mais seguro, viável e adaptado ao seu estágio clínico.

Se você ou um familiar convive com glaucoma avançado e a pressão ocular continua alta, saiba que ainda há caminhos possíveis. Agende uma consulta e descubra as opções adequadas para o seu caso.